O que começou confuso tem tudo para terminar em confusão.
É o caso da Operação Espectro, que pode registrar, agora, o sumiço de mais de R$ 900 mil em cheques, que teriam sido apreendidos em 6 de março pela Guarda Nacional e Polícia Militar.
A operação do Gecoc tinha como objetivo desvendar um esquema que 
teria provocado um prejuízo de R$ 300 milhões aos cofres públicos.
Como
Na semana passada, o advogado Ricardo Omena, que tem como cliente o 
empresário Délio Xavier, um dos presos na Espectro, procurou o Gecoc 
para denunciar que alguns dos cheques apreendidos na casa dele durante a
 ação policial haviam sido descontados.
Como seria possível se os cheques teriam sido levados pela Força 
Nacional e Polícia Militar e estavam na Delegacia Contra Crimes 
Tributários?
Lembrando: no dia da operação, foram apreendidos, segundo anunciou o 
próprio Gecoc, mais de R$ 230 mil em dinheiro e cerca de R$ 4.250.000 mil na
 casa de Délio Xavier.
Segundo confirmou o delegado-geral José Edson Freitas, na última 
sexta-feira uma equipe de peritos da Polícia Civil fez a contagem dos 
cheques e chegou a uma redução de cerca de R$ 950 mil em relação ao 
valor inicial. O trabalho dos peritos durou cerca de seis horas – das 
18h à meia-noite.
De imediato, a pedido do coordenador do Gecoc, promotor Alfredo 
Mendonça, ele determinou a abertura de um inquérito para apurar onde 
teria ido parar esta diferença de quase um milhão de reais entre o que 
está escrito nos autos de apreensão e o que foi apurado pelos peritos.
Eis o início da confusão.
O auto de apreensão, assinado pelo capitão Assunção (BOPE) aponta o valor que se tornou público: pouco mais de R$ 4 milhões.
É o mesmo registrado pelo delegado plantonista, Cícero Rocha e, também, pelo delegado Haroldo Lucca, responsável pelo inquérito.
Faltam números 
Mas, explica José Edson, é impossível determinar, por enquanto pelo menos, o que aconteceu. Diz ele:
- Não há no auto de apreensão e nos documentos dos dois delegados nem
 quantidade de cheques apreendidos nem os números desses cheques e muito
 menos os seus valores. Isso deveria estar claro, escrito e assinado.
Ou seja: pode ser um festival de erros, mas também pode não ser.
O advogado Ricardo Omena, com quem eu conversei, disse que procurou o
 Gecoc porque seu cliente apresentou a reclamação de que alguns cheques 
apreendidos haviam sido descontados: “Ele é comerciante, e os cheques 
seriam o pagamento de alguns produtos comercializados por ele”.
Quantos cheques foram descontados e os valores?
- Alguns poucos cheques de quantias pequenas.
Quando eu disse a ele a diferença entre o valor que está no auto de 
apreensão e o que foi apurado pela perícia, Omena afirmou que não sabia e
 que estava “surpreso”.
Ele deve ser convidado a depor no inquérito aberto pela Polícia Civil.
Por enquanto, todos estão muito mal “na fita”.
Fonte: Blog do Ricardo Mota

 
 
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