terça-feira, 24 de abril de 2012

Operação Espectro: some R$ 1 milhão em cheques apreendidos

O que começou confuso tem tudo para terminar em confusão.

É o caso da Operação Espectro, que pode registrar, agora, o sumiço de mais de R$ 900 mil em cheques, que teriam sido apreendidos em 6 de março pela Guarda Nacional e Polícia Militar.

A operação do Gecoc tinha como objetivo desvendar um esquema que teria provocado um prejuízo de R$ 300 milhões aos cofres públicos.

Como

Na semana passada, o advogado Ricardo Omena, que tem como cliente o empresário Délio Xavier, um dos presos na Espectro, procurou o Gecoc para denunciar que alguns dos cheques apreendidos na casa dele durante a ação policial haviam sido descontados.
Como seria possível se os cheques teriam sido levados pela Força Nacional e Polícia Militar e estavam na Delegacia Contra Crimes Tributários?

Lembrando: no dia da operação, foram apreendidos, segundo anunciou o próprio Gecoc, mais de R$ 230 mil em dinheiro e cerca de R$ 4.250.000 mil na casa de Délio Xavier.

Segundo confirmou o delegado-geral José Edson Freitas, na última sexta-feira uma equipe de peritos da Polícia Civil fez a contagem dos cheques e chegou a uma redução de cerca de R$ 950 mil em relação ao valor inicial. O trabalho dos peritos durou cerca de seis horas – das 18h à meia-noite.

De imediato, a pedido do coordenador do Gecoc, promotor Alfredo Mendonça, ele determinou a abertura de um inquérito para apurar onde teria ido parar esta diferença de quase um milhão de reais entre o que está escrito nos autos de apreensão e o que foi apurado pelos peritos.
Eis o início da confusão.

O auto de apreensão, assinado pelo capitão Assunção (BOPE) aponta o valor que se tornou público: pouco mais de R$ 4 milhões.

É o mesmo registrado pelo delegado plantonista, Cícero Rocha e, também, pelo delegado Haroldo Lucca, responsável pelo inquérito.

Faltam números

Mas, explica José Edson, é impossível determinar, por enquanto pelo menos, o que aconteceu. Diz ele:
- Não há no auto de apreensão e nos documentos dos dois delegados nem quantidade de cheques apreendidos nem os números desses cheques e muito menos os seus valores. Isso deveria estar claro, escrito e assinado.

Ou seja: pode ser um festival de erros, mas também pode não ser.

O advogado Ricardo Omena, com quem eu conversei, disse que procurou o Gecoc porque seu cliente apresentou a reclamação de que alguns cheques apreendidos haviam sido descontados: “Ele é comerciante, e os cheques seriam o pagamento de alguns produtos comercializados por ele”.

Quantos cheques foram descontados e os valores?

- Alguns poucos cheques de quantias pequenas.

Quando eu disse a ele a diferença entre o valor que está no auto de apreensão e o que foi apurado pela perícia, Omena afirmou que não sabia e que estava “surpreso”.

Ele deve ser convidado a depor no inquérito aberto pela Polícia Civil.

Por enquanto, todos estão muito mal “na fita”.

Fonte: Blog do Ricardo Mota

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