sexta-feira, 28 de julho de 2017

MEU NOME É MULTIDÃO - Lêdo Ivo


Ando sempre seguido
por  vozes e cartazes

e minha mão segura

uma ficha com um número
de ordem e chamada.

Ninguém sabe meu nome.

Vem de um alto-falante
uma voz sem garganta

que me mantém anônimo.

Entro na fila até para 
tomar banho de mar

ou morre no hospital.

Sou uma simples 
na rua ou no guichê.

Uma ficha vermelha

sob o sol inquebrável
de minha solidão.

Ao contemplar o boeing

sou sem rosto e sem nome.
Quando o patrão me paga

as máquinas me somam.

Num trem, rumo ao subúrbio
subo e desço num gráfico

sobre dormentes podres.

Quando entro no cinema
ou a polícia me algema

onde quer que eu esteja

no sonho ou no mercado
sou simples estatística

tíquete, chapa ou ficha.

(O choro do berçário
e o não do plebiscito
não passam de algarismos.)

Meu nome é multidão
muito embora figure

na minha certidão

de idade um tal João
com sobrenome e tudo.

(Esse tudo que é nada

coisa imensa e insondável
o rival do céu mudo.)

Com a ficha na mão

paro no protocolo.
Mostro o cartão. Peroro.

Provo que sou humano.

Pago, recebo e como
e amo, odeio e choro.

Chego a fazer ginástica

que o ar de minha graça
é de matéria plástica

enquanto o alto-falante

me chama em toda parte
por meus diversos nomes:

Ficha azul! Dezessete!

E, na fila do mundo,
um número entre números,

avanço, logo existo!

Lêdo Ivo - Poeta alagoano.

Temer o Golpista manda para o Congresso projeto que cobra mensalidade em todas as Universidades públicas


Depois de congelar pelos próximos 20 anos os investimentos reais em educação e acabar com a CLT por meio da aprovação do projeto de terceirização geral e irrestrita no País, o governo Michel Temer quer, agora, cobrar mensalidades em Universidades e Institutos Federais.

A cobrança foi defendida com veemência pela secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, em reunião com dirigentes da Federação do Sindicato de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), no mês passado em Brasília (DF). As informações estão na página da própria Federação.


"Eu sou de universidade, defendo a educação pública, mas acho que temos de olhar para a situação real. Não podemos criar situações incompatíveis com o mundo que estamos vivendo, de queda de receita, de mudança no paradigma da economia do país. Nós só aumentamos em folha de pagamento", afirmou Maria Helena durante a reunião. Logo depois, a secretária citou as realidades do ensino superior em Portugal, Inglaterra, França e Alemanha. "Aliás, nem sei ainda que países têm universidades públicas plenamente gratuitas para todos, independente da situação sócio-econômica. O Brasil não pode ficar fora do mundo real", disse.


Para o ex-ministro da Educação do governo Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante, a proposta de cobrança de mensalidades nas Universidades e nos Institutos Federais é um retrocesso sem precedentes e vai aumentar a exclusão na educação superior. "Esse processo faz parte do golpe que realiza uma ofensiva contra todos os avanços sociais que tivemos na última década, que foram os maiores da história recente do Brasil", afirmou.



Mercadante disse que na realidade brasileira, em que o ensino superior é predominantemente privado, o grande problema para a inclusão e para a permanência dos mais pobres nas universidades é a renda. "Para enfrentarmos a questão da renda, implementamos programas fundamentais, como o ProUni, o Fies e a política de cotas, e avançamos de maneira sem precedentes no resgate de um passado de exclusão social na educação", disse o ex-ministro.



Segundo Mercadante, "a educação brasileira é retardatária, resultado de um capitalismo tardio, marcado por quase quatro séculos de escravidão e por um passado colonial, que deixaram cicatrizes profundas em nossa história".


O ex-ministro recordou que a Universidade de Bolonha foi fundada em 1088, a de Paris 1170, a de Cambridge em 1290, a de Salamanca em 1218, a de Coimbra em 1290 e nas Américas, Harvard em 1636. "No Brasil, a primeira universidade data de 1920, quando todos os países da América Latina já possuíam uma ou mais universidades", afirmou. "Estão propondo um atraso inaceitável para a educação brasileira. A universidade é educação, pesquisa, inovação e extensão", finaliza.



FHC 



A necessidade de cobrança de mensalidade nas universidades federais foi fortemente defendida pelos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de 1995 a 2002, período em que Maria Helena ocupou a presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a mesma secretaria executiva do MEC.



O assunto ficou fora da pauta nacional por 13 anos, durante os governos do PT, momento em que as Universidades e Institutos Federais, em razão do Reuni, experimentaram o maior crescimento da história.



Contrato entre Casal e empresa privada é de R$ 289 milhões e dura 30 anos

O Governo deixou de lado- ao menos por enquanto- a proposta de privatização da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal).
Mas, não por acaso.
Paralela à estatal de água e esgoto está a Sanama- a Saneamento Alta Maceió S.A, que administra uma concessão administrativa de 30 anos, ao custo de R$ 289.544 milhões.
O que está escrito?
Segundo o Contrato de Concessão Administrativa número 079/2014, celebrado entre a Sanama e a Casal, há 4 objetivos. Três deles: implantar, operar e manter o sistema de esgotamento sanitário na parte alta de Maceió, incluindo a estação de tratamento de água do bairro do Benedito Bentes. Quarto objetivo: realizar serviços complementares ao da estatal alagoana, relativos à leitura de hidrômetros, fiscalização, cobrança e gestão comercial. Para quê? Está lá, escrito: “incremento de arrecadação da Casal”.
E por que o Governo lançou, na sexta-feira (08/06/2017), um convênio para investimentos ao custo de R$ 100 milhões?
Porque o contrato entre a empresa privada Sanama e a Casal, até o final do ano passado, estava em fase de pré-operação. Renan Filho (PMDB) quer acelerar a execução deste contrato.
Mas, isso depende- em Maceió- de reforço na estrutura do pier do Emissário Submarino, na praia do Pontal da Barra (ele recebe e trata o esgoto para despejar no mar), além de ampliar as redes coletoras, naquilo que está de fora do acordo com a Sanama.
Segundo o Governo, os R$ 100 milhões também vão para sistemas de abastecimento de água, reservatórios, interligação com poços e o Laboratório de Água e Esgoto.
Sem esquecer que, na execução deste plano, apenas em Maceió, está a Sanama, constituída em 8 de outubro de 2014, no Governo Teotônio Vilela Filho (PSDB). E mantida pela era Renan Filho.

Governo Renan Filho (PMDB) apressa o passo para privatizar a CASAL


Sindicato dos Urbanitários protestam contra a privatização da Casal
O governador Renan Filho (PMDB) ratificou na segunda-feira (24/07/2017) a dispensa de licitação com objetivo de contratar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para redesenhar o modelo de concessão da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal).
O banco vai dar um diagnóstico sobre a companhia, incluindo um novo modelo de negócios na área de saneamento e abastecimento de água no Estado.
Eis os caminhos a serem adotados pelo governador: privatização (venda) da Casal- através de leilão- ou aumentar a participação do capital privado na companhia de economia mista.
Renan Filho adiantou que não pretende vender a estatal. Será? E o que é a privatização? O que ganha Renan Filho ao vender o que não é de sua propriedade? A Casal é um patrimônio dos alagoanos!

Dados: Alagoas ocupa o 3º lugar em extrema pobreza

Um estudo divulgado terça-feira (25/07/2017) pela Fundação Abrinq aponta que Alagoas é o estado do Nordeste com mais jovens e crianças vivendo em situação de pobreza. No quadro nacional, entre os brasileiros de zero a 14 anos, 40,2% se encontram em situação de pobreza. O percentual corresponde a mais de 17,3 milhões de jovens pobres no Brasil. 
Os números mostram que 66% das crianças de Alagoas, entre 0 e 14 anos, estão vivendo em situação de pobreza, sendo seguido por Maranhão (62,4%), Ceará (61%), Bahia (60,8%), e Pernambuco (60,5%). Na contramão, destacam-se Rio Grande do Sul (24,9%), Paraná (24,5%), São Paulo (21,2%), Distrito Federal (20,2%) e Santa Catarina (17,7%) com melhores percentuais.  A média nacional é de 40%. 
Ainda conforme os números, quando analisado o quadro de pobreza extrema do Nordeste, Alagoas ocupa a terceira colocação, ficando atrás apenas dos estados do Maranhão e do Ceará.
Segundo o relatório, que tem como base os dados do ano de 2015, as regiões Norte e Nordeste concentram os maiores índices de crianças e adolescentes em situação de pobreza, com 54% e 60,6% de jovens nessa condição, cada uma delas. 
O estudo feito pela Abrinq usou como base o salário de R$ 788 que estava em vigor em 2015. O valor foi usado para mensurar a renda dos indivíduos e suas famílias e também na delimitação da linha da pobreza e comparação da renda em território nacional.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Vídeo: Demagogia? Governo "luta" para baixar preço da gasolina em Alagoas, Renan Filho é um sucesso!

O governo de Alagoas "entrou na campanha contra o cartel dos postos de combustíveis" e até prometeu reduzir o preço da gasolina para R$ 3,20 o litro. 
Mas esqueceram de avisar ao governador Renan Filho (PMDB), que Alagoas tem a quarta maior alíquota do país e para baixar o preço do produto o governo tem que reduzir também a alíquota dos combustíveis, que hoje é de 29%. 
Hoje o preço da gasolina em Alagoas chega a R$ 4,08. "Governo de Alagoas, trabalhando sério a gente chega lá"!

Fonte: Extra Alagoas/Alagoas na Contra mão - http://novoextra.com.br/sururu/35862/demagogia