A Polícia Civil de Alagoas prendeu, na manhã de terça-feira (24/abril2012), o 
delegado Haroldo Lucca Gonçalves, chefe da Delegacia de Combate aos 
Crimes contra Ordem Tributária e Administração Pública (Decotap) que 
estava no comando das investigações da Operação Espectro, desencadeada 
pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do 
Ministério Público.
Ele é acusado de envolvimento no sumiço dos cheques apreendidos durante a ação policial que ocorreu em março deste ano e deve responder pelo crime de peculato (uso da função pública em favor próprio).
Ele é acusado de envolvimento no sumiço dos cheques apreendidos durante a ação policial que ocorreu em março deste ano e deve responder pelo crime de peculato (uso da função pública em favor próprio).
A prisão decretada pela 17ª Vara Criminal da Capital foi solicitada 
pela delegada Ana Luiza Nogueira, da Divisão Especial de Investigação e 
Capturas (Deic). Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, 
Haroldo Lucca foi detido em sua residência por agentes da PC.
Informações apuradas apontam que 
existem imagens que substanciaram o decreto de prisão expedido pela 
justiça de Alagoas. Pelo menos um cheque de R$ 20 mil foi descontado por
 Lucca, material apreendido durante a operação policial e que deveriam 
juntar-se as provas que incriminavam os envolvidos no desvio milionário 
de recursos para compra de alimentos na Secretaria de Estado da Defesa 
Social (SEDS).
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso do sumiço dos cheques está esclarecido. De acordo com as investigações da Deic, os cheques foram retirados pelo delegado e utilizados numa transação comercial. A representação pela prisão dos envolvidos foi assinada pelos diretores da PC.
Novos delegados no comando do caso
Além do delegado, no momento estão presos Marcos Gomes Pontes, que é 
corretor de imóveis; Márcio de Magalhães, comerciante; e Cássio Felipe 
de Moura, autônomo. Ainda hoje a polícia vai divulgar detalhes sobre o 
caso.
Ontem, Haroldo Lucca foi afastado do comando das investigações pelo 
delegado-geral da Polícia Civil, José Edson Freitas. Em portaria 
publicada no Diário Oficial do Estado, José Edson designou uma comissão 
formada por três delegados para o caso, constituída pelos delegados 
Alcides Andrade, Francisco Medson e Francisco de Assis Amorim.
Sumiço dos cheques e a investigação
A operação Espectro foi desencadeada no dia 06 de março deste ano e 
culminou com a prisão de contadores e empresários. A investigação 
começou a partir de um pedido da Controladoria Geral do Estado, no ano 
de 2001, que solicitou a observação de notas fiscais de produtos 
alimentícios que eram revendidos ao Estado. A desconfiança partiu do 
secretário de Defesa Social à época, Paulo Rubim, que acionou a 
Secretaria da Fazenda.
No dia da operação, a polícia apreendeu também cerca de R$ 5 milhões, 
em cheques e dinheiro na casa de um dos acusados, Délio Xavier. E foi 
justamente desde montante que o Grupo Estadual de Combate às 
Organizações Criminosas (Gecoc) recebeu a notícia de que dinheiro havia 
desaparecido. Isto porque o advogado do acusado entrou em contato com a 
entidade do Ministério Público Estadual para informar que os cheques 
foram descontados.
O caso do sumiço começou a ganhar novos rumos com o laudo da perícia do
 Instituto de Criminalística (IC). O órgão constatou que um pacote 
contendo os cheques teve o lacre violado, informação confirmada pela 
assessoria de comunicação da Perícia Oficial de Alagoas. “Os peritos 
analisaram os pacotes e foi constatada a violação. O laudo já foi 
encaminhado à Polícia, que agora está investigando o caso”, confirmou a 
assessoria.

 
 
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