terça-feira, 22 de novembro de 2011

Marcos Santos, prefeito de Traipu, é preso mais uma vez

O prefeito Marcos Santos se apresentou, hoje pela manhã, à Delegacia-Geral da Polícia Civil. Na última sexta-feira, a pedido do Ministério Público Estadual, o desembargador Sebastião Costa Filho decretou a prisão dele.

A decisão vinha sendo mantida sob sigilo, e a polícia tentou prendê-lo em Traipu no final de semana, mas ele conseguiu fugir mais uma vez. O pedido de prisão do prefeito foi feito com base em Ação Penal.

De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), Marcos Santos é acusado de montar empresas e criar programas sociais em Traipu, sendo tudo fachada para roubar dinheiro público. As informações foram repassadas à imprensa durante uma coletiva, na sede do órgão, e que contou com a presença do procurador-geral, Eduardo Tavares.

O chefe do MP em Alagoas confirmou que a prisão foi solicitada porque, apesar de Marcos Santos estar afastado do cargo no Executivo Municipal, continuava ordenando as ações de seus subordinados que permanecem em cargos públicos, na administração de Traipu.

“Ele trata o dinheiro público como se fosse dele. É bom deixar bem claro que o Ministério Público trabalha de forma apartidária e que não existe essa história de que a denúncia tem conotação política. A denúncia foi feita pelo órgão porque existem provas robustas de que o prefeito praticou todos os crimes relacionados”, explicou Tavares.

Mas parece que as investigações sob Marcos Santos vão além de desvios de dinheiro. Segundo Eduardo Tavares, existem fortes indicativos de que o prefeito de Traipu tenha envolvimento com crimes no município, porém tudo segue sob investigação da polícia e do MP

A apresentação do prefeito à PC foi negociada por um representante dele, ontem à noite. Pelo acordo, a prisão só seria anunciada após a transferência dele para a Casa de Custódia – onde ele já se encontra.

A denúncia do MP

A denúncia apresentada pelo procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares Mendes, elaborada em conjunto com um grupo de promotores que trabalharam exaustivamente na Ação Penal, acusa o prefeito dos seguintes crimes:

- Falsificação de documentos públicos

- Uso de documentos falsos em várias ações da prefeitura de Traipu

- Peculato (desvio de dinheiro público para favorecimento pessoal)

- Corrupção ativa

- Apropriação de bens e de rendas públicas

- Utilização indevida de dinheiro do município

- Fraudes em várias licitações

- Formação de quadrilha

Outros denunciados

Como deixa claro o último item da denúncia, outras pessoas foram denunciadas na mesma Ação Penal por terem participação direta nos crimes acima, segundo o MP.

São elas:

-Clériston Luiz Barbosa Santos (associado ao prefeito)

-Juliana Kummer (mulher do prefeito)

- Gilson dos Santos (Comissão de Licitação da Prefeituras)

- Marta Gabriela Vasconcelos (pregoeira do município)

-Sheila Andréia dos Santos (Comissão de Licitação)

- Roberto Olindino Matos Júnior (secretário de Finanças)

- Francisco Carlos de Albuquerque Santos (ex-secretário municipal)

- Alessandro Guimarães, o “Sandro Rico” (empresário)

- Roque dos Santos (servidor municipal)

- Fabiano Henrique da Silva Melo (advogado)

- Ana Paula Calheiros Costa (empresária)

- Alex Calheiros da Silva (empresário)

- José Elias Calheiros de Melo (empresário)

- Antônio Carlos Nogueira (empresário)

- Maurício Carlos Nogueira (empresário)

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual ao Tribunal de Justiça, todos integravam o esquema de desvio de dinheiro da Prefeitura de Traipu.

O “novo” rombo

O desvio deve chegar a R$ 8 milhões de recursos do Funda de Participação do Município. Ou seja: não diz respeito, neste caso, ao desvio do Fundeb, recursos do Ministério da Educação, alvo de outra Ação – por parte do Ministério Público Federal.

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