
--Na entrega, no ano passado (2012), do Prêmio Expressão
Alagoana, uma jornalista e eu passamos por esta situação: um dos nossos
usineiros, de nome tradicionalíssimo – não admitia ficar de pé no Teatro
Deodoro. Também se recusava a sentar nas cadeiras detrás. Tentaram intimidar a
jornalista, que chefiava o cerimonial do prêmio. Lúcia, deu uma resposta
corajosa: “Desculpe, as cadeiras não tem os nomes das pessoas e elas chegaram
primeiro”.
--Na inauguração do centro de Convenções (ano de 2005), fui
pautado pelo editor-geral da Gazeta, Célio Gomes, para cobrir a festança. Me chamou
atenção que algumas “pessoas da comunidade” – os nossos miseráveis ou pobres –
foram chamadas e como a assessoria do ex-governador Ronaldo Lessa monitorava
esse pessoal. “Olhem para que eles não sujem as paredes”.
--O outro fato é mais antigo: reinauguração do Teatro
Deodoro, final da década de 90. Uma determinação (absurda) de só serem
apresentados espetáculos mais caros. O motivo¿ Só se for para afastar a
pobreza. Funcionou assim por alguns meses. Na TV Gazeta, uma matéria mostrava
como a nossa elite trata o bem público: o teatro precisava de pequenas reformas
porque ela mesma havia destruído nossa jóia das artes cênicas.
Ao ouvir a frase de Sérgio Jucá, me impressiona a vitalidade
de nossa elite – de fino gosto europeu e tão implacável quanto racista.
E como nossa elite quer ser reverenciada pelos títulos do
passado. Inclusive o parasitário.
Por Odilon Rios/Fonte: Repórter Alagoas
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