terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sérgio Jucá e os três encontros com a elite parasita de Alagoas

No rastro da frase “parasitas da alta sociedade”, do Procurador Geral de Justiça, Sérgio Jucá – sobre os
falsos trabalhadores da Assembleia Legislativa de Alagoas – lembro de três casos:

--Na entrega, no ano passado (2012), do Prêmio Expressão Alagoana, uma jornalista e eu passamos por esta situação: um dos nossos usineiros, de nome tradicionalíssimo – não admitia ficar de pé no Teatro Deodoro. Também se recusava a sentar nas cadeiras detrás. Tentaram intimidar a jornalista, que chefiava o cerimonial do prêmio. Lúcia, deu uma resposta corajosa: “Desculpe, as cadeiras não tem os nomes das pessoas e elas chegaram primeiro”.

--Na inauguração do centro de Convenções (ano de 2005), fui pautado pelo editor-geral da Gazeta, Célio Gomes, para cobrir a festança. Me chamou atenção que algumas “pessoas da comunidade” – os nossos miseráveis ou pobres – foram chamadas e como a assessoria do ex-governador Ronaldo Lessa monitorava esse pessoal. “Olhem para que eles não sujem as paredes”.

--O outro fato é mais antigo: reinauguração do Teatro Deodoro, final da década de 90. Uma determinação (absurda) de só serem apresentados espetáculos mais caros. O motivo¿ Só se for para afastar a pobreza. Funcionou assim por alguns meses. Na TV Gazeta, uma matéria mostrava como a nossa elite trata o bem público: o teatro precisava de pequenas reformas porque ela mesma havia destruído nossa jóia das artes cênicas.

Ao ouvir a frase de Sérgio Jucá, me impressiona a vitalidade de nossa elite – de fino gosto europeu e tão implacável quanto racista.

E como nossa elite quer ser reverenciada pelos títulos do passado. Inclusive o parasitário.


Por Odilon Rios/Fonte: Repórter Alagoas

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