Qual empresa promoveria um funcionário que praticava fraudes no próprio trabalho? “Nenhuma, é óbvio”, responderia qualquer pessoa. O que parece óbvio para o cidadão comum, no entanto, não é adotado pelo Poder Público, nem pelo Poder Judiciário.
Não é por acaso que Alagoas é considerado o Estado mais violento do Brasil e também não é por acaso que o Tribunal de (in)Justiça de Alagoas é considerado pelo CNJ como o PIOR do Brasil.
O juiz Aderbal Mariano foi "condenado" há pouco mais de seis meses por envolvimento em um grande esquema de fraudes em sentenças e agora foi promovido ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (T/AL).
O mais novo membro da principal Corte de Justiça alagoana é um dos sete magistrados que participaram do Golpe do DPVAT – o esquema de sentenças fraudulentas que roubou mais de R$ 20 milhões. Mariano e os demais envolvidos foram alvos de um processo administrativo disciplinar movido pela Corregedoria do TJ/AL. Em junho do ano passado, os desembargadores do TJ/AL "CONDENARAM" Mariano a um ano de censura pública. O processo ainda foi remetido ao Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) para a abertura de uma ação criminal contra o magistrado.
Mas o envolvimento no escândalo, comprovado pela Corregedoria do TJ/AL, não impediu a promoção do Mariano. O então juiz, que nunca foi preso nem é chamado de bandido pela imprensa, discurso comum nos programas policiais, foi escolhido na terça-feira (08/jan/2013) para assumir a vaga de Orlando Manso, aposentado no final do ano passado. A posse aconteceu no dia seguinte e Mariano já está exercendo sua nova função. Com o cargo de desembargador, ele vai passar a receber um salário de R$ 24.117,62, além de vantagens e benefícios adicionais e direito a nomeação de funcionários comissionados.
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