Dois processos
por homicídio. Denúncias por participação em um esquema de desvios na
Assembleia Legislativa de Alagoas. Um ano na cadeia entre fevereiro de 2011 e
fevereiro de 2012. Mesmo com esse ‘currículo’, o suplente de deputado federal
Francisco Tenório, o Chico Tenório (PMN), tem uma grande chance de voltar ao
Congresso Nacional em janeiro do ano que vem.
Tudo porque a
deputada federal Célia Rocha (PTB) deve ser a eleita prefeita do município de
Arapiraca (AL) no próximo domingo e, assim, liberar sua vaga na Câmara para o
seu primeiro suplente, Chico Tenório. Delegado da Polícia Civil alagoana, ele
está afastado do cargo há dezesseis anos, desde que entrou para a política.
Nesse período, cumpriu mandatos como deputado estadual e federal. E passou um
ano na cadeia.
Tenório é réu
em dois processos por homicídio. Em um deles, é acusado de ter, com outros
deputados, encomendado a morte de um cabo da Polícia Militar em 1996. Em 2005,
passou a responder pelo homicídio de um motorista.
Enquanto era
deputado federal, Tenório cumpriu tranquilamente seus mandatos porque contava
com foro privilegiado no Superior Tribunal Federal. A situação só mudou em
2010, quando ele não conseguiu se reeleger, conquistando apenas a suplência. Em
fevereiro de 2011, um dia após o fim do seu mandato, Tenório foi preso
preventivamente. E só foi solto em fevereiro do ano seguinte.
Ainda que
atrás das grades, o deputado comemorou o Natal de 2011 em família. Causou
alvoroço na cidade o vazamento de fotos de uma ceia de Natal, com peru assado e
bebidas, organizada pelos parentes do ex-deputado na carceragem da Casa de
Custódia de Maceió.
Assim que
deixou a prisão, Tenório tentou reassumir seu posto de delegado. Uma nomeação
para a delegacia de trânsito chegou a ser publicada pelo governo alagoano, mas
foi anulada após a imprensa questionar o ato. No momento, ele está afastado da
Polícia Civil, mas continua recebendo salário.
Caso volte à
Câmara, Tenório terá novamente foro privilegiado e vai responder às ações no
STF. Seu advogado, Fernando Maciel, diz que o mandato não vai ‘blindar’ o
delegado. “Isso até vai dar mais agilidade ao processo, que já vai direto para
uma instância superior. Ele é inocente. Não há nada que impeça que ele assuma o
mandato de deputado. Até o momento ele não foi condenado”, disse Maciel ao site
de VEJA.
Nos meses
seguintes à sua saída da cadeia, Tenório teve que circular por Maceió com uma
tornozeleira eletrônica, para que a Justiça monitorasse seus passos. Ele só
conseguiu o direito de não usar o equipamento no mês passado. Por pouco não
teve que usá-lo na Câmara.
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