Os desembargadores do
Tribunal Regional Federal da 5ª Região decidiram arquivar inquérito policial em
que o deputado estadual Francisco Tenório (PMN) é acusado de matar o
policial rodoviário federal Marcos Antônio Leite Magalhães, em 5 de outubro
de 1997.
20 anos após o
crime, o parlamentar sequer foi denunciado pelo assassinato.
“Conquanto os
fatos em apuração sejam extremamente graves e inexista dúvida sobre a
materialidade, até o presente momento não foram colhidas provas suficientes
para o oferecimento de uma denúncia em desfavor do investigado JOSÉ FRANCISCO
CERQUEIRA TENÓRIO que, durante todo esse tempo, sequer foi ouvido”, mostra
despacho da Procuradoria Regional da República da 5ª Região, recomendando
o arquivamento do inquérito.
O que
sustentava a denúncia contra Chico Tenório era o depoimento do
ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante. Na Justiça, o ex-líder da
Gangue Fardada- hoje em liberdade- disse que quando estava no posto de
tenente-coronel, no comando do 7º Batalhão da PM, na cidade de Maragogi “tomou
conhecimento de que teria havido um atrito na BR, na proximidade do Posto da
Polícia Rodoviária Federal em Maceió/AL, face a uma abordagem do PRF MARCOS
ANTÔNIO LEITE GUIMARÃES quando pediu a documentação pertencente a NATALÍCIO
JÚNIOR, conhecido como JÚNIOR TENÓRIO, e que agora sabe se chamar NATALÍCIO
MENDES DOS SANTOS; QUE, essa pessoa disse ao patrulheiro rodoviário que era
primo do deputado CHICO TENÓRIO, então deputado estadual, quando MARCOS ANTÔNIO
disse que não interessava tal conhecimento; QUE, MARCO ANTÔNIO chateado com a
situação comunicou o fato a CHICO TENÓRIO e daí foi providenciado o homicídio;
QUE o responsável direto pelo homicídio foi JÚNIOR TENÓRIO”.
Júnior Tenório
foi impronunciado por insuficiência de provas pela 7ª Vara Criminal. “Embora
essa decisão não faça coisa julgada material, o processo tramitou integralmente
em juízo absolutamente incompetente”, escreve a PGR 5ª Região.
Em 25 de julho
do ano passado, o procurador-Geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, requereu
que o desembargador José Carlos Malta Marques, do Tribunal de Justiça,
declinasse a competência para julgar e remetesse os autos deste inquérito ao
TRF5. Gaspar entendeu que era competência do TRF5 decidir se acatava
entendimento do MPE e autorizava investigação, por parte da Polícia Civil,
contra o deputado estadual, por homicídio qualificado.
Quem será que lucra com o reinado da impunidade em Alagoas?
Fonte: Repórter Nordeste - http://reporternordeste.com.br/noticias/policia/arquivado-inquerito-que-acusava-chico-tenorio-de-matar-policial/
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